Por:
Renata Galdino Alves de Siqueira
Foto:Christina Fabel
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Para
isso, as escolas e os professores deverão repensar a organização da sala de
aula, o espaço, a elaboração do plano pedagógico e a gestão de tempo adequados,
assim como estar preparados para esta nova maneira de trabalhar. Por outro
lado, Moran (2000, p.63), nos mostra que: “ensinar com as novas mídias será uma
revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino,
que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um
verniz de modernidade, em mexer no essencial.”
É
necessário pensar na importância da formação do professor para que ele faça uso
das tecnologias em sala de aula de forma integrada ao ensino, não apenas como
uma maneira de substituir recursos. Se as tecnologias digitais forem utilizadas
para auxiliar na personalização das ações de ensino e aprendizagem, o benefício,
por parte dos estudantes e do professor, será extraordinário.
O papel
desempenhado pelo professor e pelos alunos sofre mudanças em relação
à proposta de ensino tradicional e as configurações das aulas favorecem
momentos de interação, colaboração e envolvimento com a tecnologia.
O ensino híbrido
busca o desenvolvimento da autonomia dos alunos para que consigam trabalhar em
grupos e compartilharem conhecimentos, utilizando tecnologias digitais como parceira
nesse processo.
No
modelo híbrido, a proposta é que educadores e estudantes possam
ensinar e aprender em tempos e locais variados. No Ensino Superior, essa
realidade está relacionada a uma metodologia de ensino à distância (EaD),
em que o ensino presencial é mesclado com o ensino a distância e, em alguns
casos, algumas disciplinas são ministradas na forma presencial e, outras,
apenas a distância.
Esse
seria o uso original do termo que evoluiu para abranger um conjunto muito mais
rico de estratégias ou dimensões de aprendizagem. Podemos considerar que o
termo ensino híbrido está ligado em uma ideia de que não existe uma única forma de aprender e nem uma única forma de
ensinar. O trabalho colaborativo pode estar relacionado ao uso das tecnologias
digitais e proporcionar momentos de aprendizagem e troca que ultrapassam as
barreiras da sala de aula. Aprender com os pares torna-se ainda mais
significativo quando há um objetivo a ser alcançado pelo grupo.
A educação tradicional tem
encontrado resistência devido as mudanças nas relações sociais, dos alunos e
professores. Antes o conhecimento estava baseado aos livros e no saber do
professor, hoje com os novos meios de comunicação e de acesso à informação, a
educação se transformou, os processos educativos tomaram novos rumos. Hoje,
exige-se que as portas da escola se abram às novas formas de acesso à
informação, o que provoca mudanças nas relações e nos papeis exercidos pelos
professores e alunos.
A partir das práticas pedagógicas
mediadas por tecnologias e seu uso constante, o aluno torna-se sujeito ativo no
processo de ensino e aprendizagem e a mudança de foco da tecnologia para a
atividade será um processo natural.
Para que se tenha um avanço nas
metodologias ativas aplicadas em sala de aula é preciso ficar claro para o
aluno o objetivo da atividade e, ao mesmo tempo, o professor tem que
estabelecer uma relação entre a realidade do aluno e o assunto estudado.
Segundo Freire (2002), o
aprendizado acontece quando o educando é levado a compreender o que ocorre ao
seu redor, a fazer suas próprias conexões e a construir um conhecimento que
faça sentido para a sua vida. Por isso, é importante trazer a realidade de vida
para dentro da sua sala de aula.
Esta metodologia pode trazer
condições para consolidar conceitos e experiências relativas ao processo de
construção do conhecimento. O hibridismo perpassa diversas faces na construção
de seu modelo e tende a promover a autonomia e a responsabilidade dos
principais envolvidos, professores e alunos, no sentido de criar meios para
obter resultados significativos no processo de ensino e aprendizagem.
A sala de aula transforma-se no
local onde concentra o aprendizado; será o palco para a realização de novas
modalidades de ensino e, ao somar sistemas presenciais com o universo on-line,
temos o que se chama hoje de sala de aula invertida.
Para Bergman e Sams (2017, p.10),
criadores da sala de aula invertida, este processo educativo consiste na
utilização de ferramentas atuais como áudio, vídeo , internet e outros recursos
interativos, mesclando ensino presencial com o virtual dentro e fora da escola,
favorecendo o empenho e a participação do estudante durante os ensinamentos , o
que caracteriza o modelo do ensino híbrido.
Segundo Bacich, Tanzi Neto &
Trevisan (2015, p.146), o professor é a base para a evolução e elaboração de
novas buscas ao conhecimento, para unir alunos, tecnologia, ideias, saberes,
trocas de experiências, e assim poder garantir uma integração dos aprendizados
presencial e on-line.
Sob essas análises conceituais,
verifica-se que um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) passa ser um espaço
de diferentes faces, capaz de proporcionar aos alunos, sujeitos de seu
aprendizado e interações variadas.
Às metodologias ativas devem ser
introduzidas de forma cautelosa. Provocando nos educandos a consciência de que
o conhecimento não é transferido, mas construído de forma gradual e
significativo. Desta forma a metodologia não pode ser um elemento dificultador
da aprendizagem, pelo contrário, seu objetivo é mediar e facilitar a construção
de conhecimentos.
A competência de aprender a
aprender permitirá que esse aluno seja sujeito ativo, com propriedade da sua
área de formação e capaz de interagir, questionar, solucionar problemas do seu
cotidiano de forma eficiente.
Sendo
assim, o ensino híbrido parte de uma proposta metodológica que afeta na ação do
professor em situações de ensino e na ação dos estudantes em situações de
aprendizagem, pois a troca entre os pares com diferentes habilidades e conhecimento se torna mais
espontânea e participativa.
Bacich,
L; Moran, J.M. (2015). Aprender e ensinar com foco na educação híbrida.
Revista Pátio, v. 17, n. 25,
p.45-47,http://www2.eca.usp.br/moran/wpcontent/uploads/2015/07/hibrida.pdf
acessado em 02/06/2020
Castro,
Eder Alonso (2015). Ensino híbrido: desafio da contemporaneidade?
Projeção e Docência.
https://revista.faculdadeprojeção.edu.br/index.php/Projecao3/article/vew/563/506 acessado em
02/06/2020
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da autonomia: saberes necessários à
prática educativa. SP. Ed. SãoPaulo: Paz e Terra, 25ª edição.
Garofalo,
D. (2018). As melhores ferramentas e as
novidades sobre o uso das TIC na sala de aula. Nova Escola .
https://novaescola.org.br/conteudo/3376/blog-tecnologia-educacao-como-funciona-sala-de-aula-invertida.
Moran,J. M.(
2014). Novas Tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, Papirus, 6ª
edição
Sassaki,
C.( 2015).Ensino
híbrido: conheça o conceito e entenda na prática. Nova Escola. Disponível em :
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