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sábado, 6 de junho de 2020

ENSINO HÍBRIDO: COMO INTEGRAR A EDUCAÇÃO À TECNOLOGIA

Por: 
Renata Galdino Alves de Siqueira

Foto:Christina Fabel https://www.colegioicj.com.br/wp-content/uploads/2019/02/noticia-ensino-hibrido.png

    Para isso, as escolas e os professores deverão repensar a organização da sala de aula, o espaço, a elaboração do plano pedagógico e a gestão de tempo adequados, assim como estar preparados para esta nova maneira de trabalhar. Por outro lado, Moran (2000, p.63), nos mostra que: “ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, em mexer no essencial.”
    É necessário pensar na importância da formação do professor para que ele faça uso das tecnologias em sala de aula de forma integrada ao ensino, não apenas como uma maneira de substituir recursos. Se as tecnologias digitais forem utilizadas para auxiliar na personalização das ações de ensino e aprendizagem, o benefício, por parte dos estudantes e do professor, será extraordinário.
    O papel desempenhado pelo professor e pelos alunos sofre mudanças em relação à proposta de ensino tradicional e as configurações das aulas favorecem momentos de interação, colaboração e envolvimento com a tecnologia.
    O ensino híbrido busca o desenvolvimento da autonomia dos alunos para que consigam trabalhar em grupos e compartilharem conhecimentos, utilizando tecnologias digitais como parceira nesse processo.
    No modelo híbrido, a proposta é que educadores e estudantes possam ensinar e aprender em tempos e locais variados. No Ensino Superior, essa realidade está relacionada a uma metodologia de ensino à distância (EaD), em que o ensino presencial é mesclado com o ensino a distância e, em alguns casos, algumas disciplinas são ministradas na forma presencial e, outras, apenas a distância.
    Esse seria o uso original do termo que evoluiu para abranger um conjunto muito mais rico de estratégias ou dimensões de aprendizagem. Podemos considerar que o termo ensino híbrido está ligado em uma ideia de que não existe uma única forma de aprender e nem uma única forma de ensinar. O trabalho colaborativo pode estar relacionado ao uso das tecnologias digitais e proporcionar momentos de aprendizagem e troca que ultrapassam as barreiras da sala de aula. Aprender com os pares torna-se ainda mais significativo quando há um objetivo a ser alcançado pelo grupo.
    A educação tradicional tem encontrado resistência devido as mudanças nas relações sociais, dos alunos e professores. Antes o conhecimento estava baseado aos livros e no saber do professor, hoje com os novos meios de comunicação e de acesso à informação, a educação se transformou, os processos educativos tomaram novos rumos. Hoje, exige-se que as portas da escola se abram às novas formas de acesso à informação, o que provoca mudanças nas relações e nos papeis exercidos pelos professores e alunos.
    A partir das práticas pedagógicas mediadas por tecnologias e seu uso constante, o aluno torna-se sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem e a mudança de foco da tecnologia para a atividade será um processo natural.
    Para que se tenha um avanço nas metodologias ativas aplicadas em sala de aula é preciso ficar claro para o aluno o objetivo da atividade e, ao mesmo tempo, o professor tem que estabelecer uma relação entre a realidade do aluno e o assunto estudado.
    Segundo Freire (2002), o aprendizado acontece quando o educando é levado a compreender o que ocorre ao seu redor, a fazer suas próprias conexões e a construir um conhecimento que faça sentido para a sua vida. Por isso, é importante trazer a realidade de vida para dentro da sua sala de aula.
   Esta metodologia pode trazer condições para consolidar conceitos e experiências relativas ao processo de construção do conhecimento. O hibridismo perpassa diversas faces na construção de seu modelo e tende a promover a autonomia e a responsabilidade dos principais envolvidos, professores e alunos, no sentido de criar meios para obter resultados significativos no processo de ensino e aprendizagem.
    A sala de aula transforma-se no local onde concentra o aprendizado; será o palco para a realização de novas modalidades de ensino e, ao somar sistemas presenciais com o universo on-line, temos o que se chama hoje de sala de aula invertida.
   Para Bergman e Sams (2017, p.10), criadores da sala de aula invertida, este processo educativo consiste na utilização de ferramentas atuais como áudio, vídeo , internet e outros recursos interativos, mesclando ensino presencial com o virtual dentro e fora da escola, favorecendo o empenho e a participação do estudante durante os ensinamentos , o que caracteriza o modelo do ensino híbrido.
    Segundo Bacich, Tanzi Neto & Trevisan (2015, p.146), o professor é a base para a evolução e elaboração de novas buscas ao conhecimento, para unir alunos, tecnologia, ideias, saberes, trocas de experiências, e assim poder garantir uma integração dos aprendizados presencial e on-line.
    Sob essas análises conceituais, verifica-se que um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) passa ser um espaço de diferentes faces, capaz de proporcionar aos alunos, sujeitos de seu aprendizado e interações variadas.
    Às metodologias ativas devem ser introduzidas de forma cautelosa. Provocando nos educandos a consciência de que o conhecimento não é transferido, mas construído de forma gradual e significativo. Desta forma a metodologia não pode ser um elemento dificultador da aprendizagem, pelo contrário, seu objetivo é mediar e facilitar a construção de conhecimentos.
    A competência de aprender a aprender permitirá que esse aluno seja sujeito ativo, com propriedade da sua área de formação e capaz de interagir, questionar, solucionar problemas do seu cotidiano de forma eficiente.
    Sendo assim, o ensino híbrido parte de uma proposta metodológica que afeta na ação do professor em situações de ensino e na ação dos estudantes em situações de aprendizagem, pois a troca entre os pares com diferentes habilidades e conhecimento se torna mais espontânea e participativa.


Bacich, L; Moran, J.M. (2015). Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista Pátio, v. 17, n. 25, p.45-47,http://www2.eca.usp.br/moran/wpcontent/uploads/2015/07/hibrida.pdf acessado em 02/06/2020

Castro, Eder Alonso (2015). Ensino híbrido: desafio da contemporaneidade? Projeção e Docência.

         Freire, P. (2002).Pedagogia da autonomia: saberes necessários  à prática educativa. SP. Ed. SãoPaulo: Paz e Terra, 25ª edição.

         Garofalo, D. (2018). As melhores ferramentas e as novidades sobre o uso das TIC na sala de aula. Nova Escola .

https://novaescola.org.br/conteudo/3376/blog-tecnologia-educacao-como-funciona-sala-de-aula-invertida.  

 

       Moran,J. M.( 2014). Novas Tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, Papirus, 6ª edição
       
       Sassaki, C.( 2015).Ensino híbrido: conheça o conceito e entenda na prática. Nova Escola. Disponível em :

https://novaescola.org.br/conteudo/104/ensino-hibrido-entenda-o-conceito-e-entenda-na-pratica?gclid=CjwKCAjw8df2BRA3EiwAvfZWaBO7-7kNj7pn1XglzZUlVW35iiXm



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